O ouroboros, também chamado Oroboro, é um símbolo milenar que geralmente apresenta a representação de uma serpente ou dragão comendo a própria cauda, formando um círculo. A palavra vem do grego, onde ouro pode ser entendido como “cauda” e boros traduzimos como “comer”. Contudo, há uma outra explicação para a origem do termo também bastante aceita, onde ouro seria a palavra copta para “rei”, enquanto ob tem origem no hebraico e tem o significado de “serpente”.
O símbolo do ouroboros é muito antigo e está relacionado com muitas culturas e tradições, de modo que pode-se encontrar interpretações diversas para o seu significado. Contudo, de um modo geral podemos dizer que ele representa em especial a eternidade, representando também tudo o que de uma forma ou de outra se liga a ela, como a criação, o eterno retorno, o universo, nascimento, morte e ressureição, os ciclos da vida, a renovação, evolução, tempo, mudança, fecundação e etc.
Ouroboros em Diversas Culturas
O arquétipo do ourobouros aparece nas mais diversas culturas nos mais diversos períodos. Na América o símbolo é encontrado na cultura asteca identificado com Quetzálcoatl, onde também é chamado de Serpiente Emplumada, representado pela figura do deus-serpente que come a própria cauda.
Dentro das tradições asiáticas o ouroboros é um símbolo no budismo, onde simboliza o estado meditativo, o ato do indivíduo de olhar para si mesmo buscando a chamada presença plena onde não existe início nem fim. No hinduísmo encontramos o símbolo na imagem do dragão que está em volta da tartaruga que por sua vez está sob os quatro elefantes que são o sustentáculo do mundo, simbolizando o ciclo eterno da criação. Ainda, dentro da yoga, o ouroboros pode ser identificado com a energia Kundalini, ambos representados por serpentes, e aqui o símbolo seria então um símbolo da energia vital que ativa os chakras ou do poder divino. Na china o símbolo é identificado com o Yin e Yang, simbolizando as polaridades do universo e sua complementariedade.
Nas tradições vindas da Europa podemos encontrar, por exemplo, sua presença como símbolo importante no gnosticismo, numa referência a eternidade e à alma do mundo; na alquimia, igualmente, o ouroboros é muito referenciado, aparecendo como representação do universo e seus ciclos de um modo geral, não só num sentido macro, mas também dos ciclos perceptíveis e presentes no nosso cotidiano, como as estações do ano e o dia e a noite; na Roma Antiga, o símbolo apareceu para designar o Deus Janus, deus das escolhas, dos começos e das chegadas; dentro da mitologia cristã pode ser identificado com a serpente do Jardim do Éden da história de Adão e Eva; na mitologia nórdica ourobouros aparece como Jormungandr, a serpente folclórica que devora sua própria cauda.
O símbolo está presente ainda em antigas tradições africanas, aparecendo como uma figura sagrada identificada com Aidophedo, nome que pode ser traduzido como “aquele que devora a sua cauda”, fazendo referência a um semideus presente em muitas das religiões africanas.
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